Objetos de desejo
Fico aqui tentando encontrar algo em comum para estes objetos:
- toalha de mão cor de rosa com um bordado em ponto cruz da Marcela;
- pulseira estilo feira hype da Tia Silvia;
- chaveiro com duas chaves e um controle remoto para abrir garagem;
- edredom dupla face usado da Tia Dani;
- creme para cabelo Neutrox;
- escova de cabelo do tipo retrátil da Loryan;
- sandália da prima Bianca;
Apenas para tentar entender o que acontece na cabecinha de Milena ao vê-los. De alguma forma alguma coisa é ligada que faz com que ela fique obcecada pela coisa e comece a pedir, pedir, pedir… Ela tem esse apego por objetos inusitados tem tempo, mas a gente contornava, dando vez ou outra ou explicando quando não podia.
Agora tem sido diferente, ela fica pedindo e quer que eu compre igual e não esquece simplesmente. Até chegar ao ponto da pessoa se dar por vencida e presentear a mocinha com o objeto de desejo.
Espero que seja mais uma fase
Quando ganha o que quer, ela faz uma cara, abre um sorriso, muito difícil de ser visto naquele rostinho. É tanta alegria que a gente se deixa levar pela emoção e esquece que isto está se tornando um problema.
Eu sinceramente quero acreditar que é apenas mais uma fase e que vai passar, que é uma mania como tantas outras manias que os leitores que acompanham o blog há mais tempo já leram várias vezes. Mas confesso que cada vez que uma mania surge com força sinto muito medo de que se torne um problema com proporções maiores do que eu consiga lidar…
Imaginação a mil
Em compensação, para os que sabem que a pessoa com Autismo tem dificuldade para imaginar, minha menininha está se superando. Ela não pode pegar um telefone ou mesmo quando está “de castigo” no banco de trás do carro indo a alguma lugar, fala sem parar. Conversa com a Xuxa, com as pessoas conhecidas, inventa muita coisa inusitada. É muito legal.
No sábado, achei que meu notebook tinha pifado e antes de levar na garantia eu estava triste na mesa da cozinha, Milena olhou bem para mim e falou:”Mamãe, cê tá bem?” É claro que se eu não estava eu fiquei, né?
Um abraço para todos e até semana que vem com uma nova coleção de relatos desta mocinha falante, sensível e …consumista!
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