Beija-flor de lado sugando o néctar de uma flor avermelhada.

Doce sensação

Eu costumo pensar, ao final do dia, na diversidade de sensações e emoções que experimentei. A alegria quando vejo minha filha demonstrando uma nova habilidade adquirida; O orgulho quando a vejo aprender, quando vejo que ela está feliz; A sensação de impotência quando não entendo algo que ela quer comunicar e perceber sua irritação por eu não ter entendido; E, infelizmente, a impaciência ao tentar conter seus comportamentos agressivos ou lidar com sua irritação quando alguma coisa lhe é negada… E sempre que perco a paciência (o que não é frequente) a enorme culpa que vem depois.

Em meio a esta diversidade de emoções é um grande alívio quando percebo que minha filha é tratada com carinho por outras pessoas. Os corações sensíveis que lidam com seu jeito diferente de ser. Que entendem suas limitações, mas que não a rotulam como incapaz. Que estimulam, que investem seu tempo de forma paciente. Que doce sensação invade a alma de uma mãe ao ver seu filho sendo tratado com carinho!

oferecendo carinho ao outro

Porque Milena é um carrapato! Quando percebe (e ela percebe) que alguém a acolheu em seu coração, ela gruda. E pega pela mão e a pessoa não pode mais nem se sentar. Com o seu interesse restrito ela quer repetir o que lhe dá prazer. Por isso, não é qualquer pessoa que tem paciência.

O carinho dos parceiros

Graças a Deus em nossa família tenho encontrado muitos parceiros. Talvez eles nem saibam o quanto o tempo que dedicam à minha filha é um presente para mim e para seu pai. Além dos familiares, encontrei na escola, na do Rio no ano passado e na daqui, pessoas que foram maravilhosas no acolhimento de minha pequena.

A escola de Uberlândia é muito aberta para que os pais entrem quando quiserem, tragam dúvidas e sugestões. Fazem dos pais parceiros, o que é fantástico. Além da professora (nova fascinação da Milena) seus coleguinhas são uns amores. Tratam Milena com um carinho que comove este coração de mãe. Seus pais me disseram que nunca mencionaram em casa nenhuma das particularidades ou limitações da coleguinha. É como se eles nem percebessem que sua amiguinha tem Autismo. Mesmo ela falando apenas algumas palavras compreensíveis, mesmo que ela não consiga desenhar, precise de ajuda para usar o banheiro, que saia da sala constantemente, e mesmo que ela tenha movimentos estereotipados tão estranhos! Nada disso foi relatado aos seus pais. Apenas duas amiguinhas que tem familiares com alguma deficiência contaram às suas mães sobre a amiguinha “diferente”.

Sou grata a Deus por colocar estes corações em nosso caminho que trazem alívio, esperança e a certeza de não estarmos sozinhos nesta viagem especial.

Uma semana abençoada e que o seu caminho também esteja repleto de corações sensíveis.

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