8 anos

Para ajudar, basta se informar

wad02deabril

Dia 02 de Abril é o Dia Internacional do Autismo e “nunca na história deste país” um movimento cresceu tanto em tão pouco tempo em divulgação e articulação como aconteceu este ano. Tenho muito orgulho de estar entre as pessoas que lutaram para que isto acontecesse. Se você quer se informar vou deixar dois links abaixo, se quer participar vista azul neste sábado, fale sobre Autismo sempre que puder e nos ajude.

Revista Autismo

World Autism Awareness Day

Nos reabastecendo de amor

coracaoEstivemos em Uberlândia nos reabastecendo com o afeto de nossos familiares e amigos. Como é bom quando a gente se sente querido e ouvimos que fazemos falta. Encontrei todos bem, meu grupo amado do Instituto Autismo e Otimismo realizando um lindo trabalho, como são especiais as pessoas deste grupo! Admiro muito vocês meninas, saibam disso. Não deu tempo de visitar todo mundo, pois eu estava sem carro e concluindo um tratamento dentário, mas voltaremos em breve com certeza.

Milena ficou muito, muito feliz. Antes de ir quase não dormia fazendo planos, ela realmente sente muita falta da sua antiga casa. Vimos a maioria das terapeutas que trabalharam com ela, e ela pôde curtir seus avós e principalmente sua amada Tatá. Esteve na Casinha Branca onde foi recebida com o carinho de sempre e passou algumas horas com sua antiga turma. Diante das emoções ela me olhava, olhos marejados e dizia: – Tô bem!

Falta de informação

A desinformação sobre o Autismo aumenta muito a dificuldade para todos os que tiveram suas vidas afetadas pela síndrome. Vivemos uma situação na volta pra casa que ilustra bem isso, estávamos sentadas próximas ao guichê de embarque, a fila se formou e quando iam chamar os passageiros chegou um casal com seu poderoso cartão de crédito e se posicionaram na frente de toda a fila, eu me levantei também e fiz valer o meu direito de embarque prioritário, coisa que eu só faço quando necessário.

Milena tem uma grande ansiedade e no momento do embarque em que ela está empolgadíssima para entrar no avião (ela A M A tudo o que se relaciona a avião), se houver demora ela começa a pular na ponta dos pés e a ansiedade vira quase uma bomba relógio e pode detonar uma crise nada legal.

Pois bem, quando me coloquei à frente do distinto casal eles não gostaram, deu pra ver e pude ouvir quando a mulher dizia: – Crianças de colo, se referindo a prioridade anunciada para crianças de colo (e portadores de necessidades especiais). Eu falei bem alto: –  A minha filha é especial. Ela fazendo uma cara de deixa disso misturada com descrença disse que estava tudo bem, mas eu continuei: – Minha filha é especial, ela tem Autismo. Não dá para descrever a cara de sem graça que a mulher fez, coitada.

Pelos direitos da pessoa com Autismo

Eu também julgaria, em outros tempos. Uma menina alta, oito anos, linda, comportada, entrando na frente da fila, sem ter sequer um cartão de crédito ou fidelidade, que absurdo! Na verdade os pais de crianças com Autismo sofrem muito, pois ouvem de médicos, da sociedade e de familiares que a criança não tem nada que o problema é só falta de educação. Isso quando a criança não dá birra se jogando no chão e gritando com a típica manifestação do sintoma: “pode ter dificuldade em lidar com frustração e aceitar limites”.

Minha Milena é um doce e estas birras são coisas do passado, mas diante de tantas dores que temos que viver, vendo-a com tanta dificuldade em se ajustar, em aprender, acho que temos que usufruir sim, dos pouquíssimos direitos que temos. Para isto, acontecer o Brasil precisa ouvir falar do Autismo e claro, os corações precisam estar mais abertos para aceitar o diferente.

De volta à rotina, estou engajada no movimento aqui de Porto Alegre, cidade que nos acolhe com muito carinho. Teremos o cartão postal daqui iluminado de azul e vejam abaixo quem ajudou a conseguir tal feito 🙂 Obrigada jornalista Zambiasi!

Zambiasi2

Beijos azuis!

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Quero que você saiba que não tenho a pretensão de apontar nenhum caminho nem ensinar nada. Tudo o que está escrito aqui tem a minha versão pessoal, baseada na minha própria vivência e que tem funcionado para mim e para minha filha.

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