Hoje foi um dia marcante
Como tenho feito tantas vezes desde que mudamos para o Rio, levei Milena à praia hoje de manhã. Ela adora, pois corre, pula e brinca de se molhar, sempre comigo ao seu lado. Porem às vezes da muito trabalho querendo se aproximar das pessoas com seu oi milhares de vezes repetido e o desgosto visível no semblante de algumas pessoas.
Por muitas vezes eu quis muito que ela se sentasse e brincasse com areia ou com os seus brinquedinhos de praia. Hoje isso começou a se tornar realidade. Minha pequena se sentou na areia e ficou brincando com o baldinho de areia. De vez em quando ela se levantava buscava água sozinha e voltava a brincar.
Ao chegar em casa ela novamente surpreendeu. Imitando a irmã ela pegou a vassoura de brinquedo enrolou um pano de prato e fingia que estava passando pano no chão.
É bom demais ver Milena se desenvolvendo, aprendendo coisas novas, se concentrando por mais tempo. O coração se enche de esperança e vem aquela sensação de que seu futuro será cada vez melhor.
Coloquei abaixo um texto de um dos tantos dias difíceis e tão diferentes do dia de hoje. É uma prova de um velho ditado que ouço a mamãe dizer desde que eu era pequena: “nada como um dia após o outro”.
O dia
Hoje foi O dia. Acho que nunca lamentei tanto o fato da Mi não falar.
Ela queria tudo e não queria nada. Logo cedo a deixei na escola chorando pois ela não queria ficar. Quando chegou em casa queria entrar dentro de uma camiseta de malha. Eu não conseguia fazê-la entender que ela poderia no máximo vestir. Mas ela queria entrar.
Temos aqui em casa um balanço que parece uma rede dependurada, só que de lycra. O copiei da clínica de fisioterapia. É um balanço que a desestressa muito. Achei que ela queria entrar na camiseta como se fosse o balanço. Então tentei colocá-la no balanço, mas ela gritou muito.
Consegui depois de muito insistir levá-la para a praia. Não melhorou. Ela não queria nada e fez a maior birra pois queria vestir a minha roupa (vesti por um tempo, mas ela queria ficar mais e mais). Veio gritando para casa até que comecei a cantar para ela e a acalmei.
Em casa ela voltou a dar birra pois queria ficar em frente ao computador assistindo as imagens que tenho dela em várias situações. Só que ela via as imagens e chorava.
Levantava do computador, pegava a minha mão e andava pela casa e chorando… Acho que nem ela mesma sabia o que queria. Após uma três horas de muito estresse e angústia em vê-la chorando sem saber o que ela queria (acho que não era dor, pois ela está muito saudável), dei a homeopatia em dose mais alta e, depois de muita massagem e música clássica no fone de ouvido, ela dormiu.
Para mim o pior momento é este: não saber interpretar o que ela quer, o que está sentindo, o que posso fazer pra ajudar. Não sei se é manha, se é birra, se ignoro ou se fico assim tateando na neblina, tentando fazer o que minha intuição pede e que nem sempre funciona.
Ainda bem que dias assim não são comuns… mas exceções.