Mão desenhando um coração na areia.

Coração calmo

Feriado chegando e vamos curtir muito, comer muito chocolate e depois correr pra perder os quilos extras.

Só não devemos esquecer de reservar uns minutinhos e pensar no verdadeiro sentido deste feriado. Elevar um pensamento a Jesus com o coração agradecido por Suas preciosas lições.

Eu e a Milena tivemos uma ótima semana. O Cocoricó foi temporariamente substituído por um filminho que tenho no computador de quatro minutos em que Milena nada com um salva vidas na piscina da casa do tio em Minas Gerais. Minha irmã fala “vou te pegar” e ela bate os pezinhos. O duro é ouvir este “vou te pegar” umas mil vezes por dia, três dias consecutivos… É minha gente paciência é um dom e eu não tenho outra opção. Ou tenho paciência ou tenho paciência.

E hoje na hora de ir pra fonoterapia e tirar minha lindinha da frente do computador? Voa cadeira, joga roupas no birra coração calmochão, chuta, grita, chora e haja resistência e força para vestir a roupa e pegar à força os dezessete quilos de formosura. Os vizinhos qualquer dia me processam por “maus tratos” 🙂 E a minha voz calma dizendo insistentemente: “filha, vamos na Vanessa (a fono) e depois a gente vê mais um pouco da Milena na piscina, filha mamãe te ama tanto, me ajuda vai…” E levo um belo tapa na cara…

Se fosse em outros tempos dava uma boa palmada botava de castigo e diria: não quer ir? então vai ficar sentada aí a manhã toda e ai de você se levantar. E tem mais: nada de computador até amanhã! Mas hoje em dia… se dou uma palmada na Milena ela generaliza e sai batendo o dia todo em mim, na professora, nos coleguinhas, nela mesma e até no vendedor de pipoca se tiver oportunidade… E o tanto que ela fica chata o dia todo?! Não dá. Se eu grito, esbravejo é a mesma coisa.

Muita calma nesse momento

Então, eu docemente e calmamente vou falando, com a voz pausada e amorosa: “mamãe te entende, sei da sua frustração, mas precisamos ir assim mesmo”. Assim, quando a crise passa ela volta a ficar bem e faz como quando estávamos indo par a fono: “mamãe, óla (olha)” – não tinha nada para eu ver, era o jeito de dizer mãe tô aqui e sinto muito.

Se falta limite eu não sei, se estou mimando demais eu não sei. O que eu sei é que nestas horas, depois de vinte minutos de gritos estridentes e agressões, a única coisa que pode me guiar é meu coração e ele me pede paciência. Eu só espero que seja a direção certa e que meus esforços estejam sendo suficientes.

Mas preciso dizer antes de terminar que minha luta é nada se comparada às lutas que tenho visto das mães de autistas clássicos ou das mães de autistas (mesmo os leves) que não tem recursos; Que enfrentam a separação dos maridos – como é comum! -, pois eles não aguentam o tranco e seguem sozinhas lidando com seus filhos sem auxílio; Sem atendimento; Muitas vezes, nem emprego podem arrumar…

É meus amigos, a minha luta se transforma em nada quando conheço a realidade dessas que são verdadeiras guerreiras.

Um bom feriado pra todo mundo e uma páscoa doce e iluminada!

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