Festa Junina e o vestido da vovó

Atendendo a pedidos 🙂 vou contar para vocês como foi a festa junina da Mi este ano.

Ela ficou L I N D A!!! Vovó fez um vestido belíssimo, modelito exclusivo e bem rodado que chamava a atenção.

Mamãe passou o dia de sábado na faculdade e Milena estava em casa com o papai. Por volta das 16h recebo um telefonema e ouço os gritos dela ao fundo: era o papai me pedindo ajuda, pois a mocinha estava descontrolada. Falando com ela ao telefone ela chorava: “Vem para casa agora e traz as minhas coisas”. “Que coisas?”, perguntei. Ela em crise me disse: “Vestido, meia, macáge (maquiagem)”. Entendi na hora sua angústia, o dia passando, a ansiedade da festa junina e nenhum movimento na casa, mamãe saiu, Tatá saiu, papai no computador e nada da vovó chegar de Uberaba trazendo o vestido, ela deve ter pensado: daqui há pouco eu perco a festa e ninguém percebe.

Quando cheguei, vovó já estava, o vestido também e ela estava muito feliz, pulando sem parar. Depois meu marido me contou que ela perguntou para ele: “Papai, você sabe fazer macáge?” E ele respondeu que não e foi aí que ela começou a chorar e a pedir para que ele me chamasse… Coitadinha.

Durante a festa junina

Na festa o comportamento foi o já conhecido, mãozinha fechada, passos lentos como quem está pisando em um terreno desconhecido, e aos poucos ela se solta. Tia Lara a levou para o palco antes da apresentação, ela se ambientou bem e, como o local foi o mesmo do ano passado, ela se lembrou de cada detalhe e ficou mais à vontade. Devido ao som e aos “estalinhos”, ficou com o dedo no ouvido no início da festa, mas como eu tinha um tampão na bolsa o coloquei e ela ficou muito mais tranquila. Quando o tampão saía, ela trazia e me pedia para colocar de novo. Não faço ideia de como deve ser doloroso para nossas crianças com hipersensibilidade, festas, shows, shopping center, etc. Só sei que este tampão foi um achado.

Na festa tinha um garotinho que tem por volta de quatro anos, ele tem traços de Autismo e seus pais que são muito novos parecem não perceber. Tentei puxar conversa com a mãe, perguntando sobre o motivo dele não estar participando da quadrilha e pelo fato de não estar integrado às outras crianças, mas dava para perceber a negação do pai. Fiquei muito penalizada com aquela situação. Quando a família nega o problema ela adia a intervenção precoce e encontra desculpas para os comportamentos do filho. A dor que se acumula acabe prejudicando muito mais a criança. Um pena que seja assim…

Milena estava muito feliz, integrada à sua turma e recebendo dos funcionários da escola atenção e carinho, mas ela subia ao palco que se tornou ponto de diversão das crianças, ficava em volta de algumas coleguinhas. Enquanto as menininhas de mãos dadas, brincavam juntas, andavam de um lado para o outro integradas, Milena orbitava em volta. Junto das colegas, porém de certa forma sozinha. Não sei dizer até que ponto ela se sente excluída por não se comunicar como as outras meninas. Não sei dizer se isso lhe dói. Só sei que é muito bom ver que ela estava tão feliz, tão linda e tão especial.

Depois de ler TUDO isso vocês merecem uma foto da minha princesa (não princesa, Milena – ela diria). Beijos e obrigada pela partilha.

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