De mala pronta!

Antes de começar o texto quero agradecer a vocês que deixam seus comentários, precisam ver meu sorrisão quando leio cada um. E quando alguém deixa um comentário pela primeira vez, é como conhecer alguém que te encanta à primeira vista.

Amigos visitantes, virtuais ou não, MUITO OBRIGADA pela partilha! Vamos ao texto:

De tanto ver as pessoas fazendo malas, viajando, indo e vindo, despertou um desejo ardente na Milena, que arrumou a sua mala também!

Disse que ia dormir na casa da avó, o que ela já tentou outras vezes e desta vez, conseguiu. Aproveitou a presença da prima – e acho até que teve um pouco de inveja – e foi com sua malinha muito bem arrumada, cheia de roupas, escova de dentes (até a do papai ela pegou), sua mala estava até pesada.

No outro dia, ela tentou de novo mas não conseguiu, fui buscá-la tarde da noite pois ela não queria mais ficar. Ainda assim foi ótimo que ela tenha vivenciado esta experiência, matou um pouco sua vontade, nos mostrou o quanto ela também sente e deseja tanto quanto nós, sair, se divertir, ser independente.

Brincadeiras e aceitação

Mudando de assunto, tenho tido algumas dificuldades em lidar com as limitações da minha filha no contexto social.

Eu procuro não interferir quando ela está brincando ou interagindo com outras pessoas, mas mesmo de longe eu fico observando, vendo que o tempo todo ela quer participar, mas nem sempre consegue se fazer entender e muitas vezes sua fala ou atitude não é o esperado para o momento e ela acaba se isolando ou sendo isolada. Desta forma, observo que ela fala, fala e as pessoas não escutam, não lhe dão a vez.

Nas brincadeiras, as meninas permitem que ela fique por perto e até tentam trazê-la o tempo todo para a fantasia, lhe entregam uma boneca por exemplo e ela até faz um gesto ou outro. Mas logo vem com uma pergunta inadequada ou desvia a atenção e acaba sendo deixada de lado, claro. É duro ouvir de longe sua voz insistindo e insistindo ou vendo seus pulos na ponta dos pés, ao mesmo tempo que olha as outras crianças brincando. Ela quer muito participar, mas não sabe como.

Sempre que posso, vou para o meio e vou tentar lhe ensinar o que fazer, mas ela ultimamente tem ficado brava e pede para que eu saia, pergunta: “Cê ta aqui? (por que você está aqui?)”. Eu entendo que é o momento dela e talvez quem sofra mais seja eu mesma, talvez o simples fato de estar ali presente e aceita lhe baste.

Desenvolvimento social

No livro “Olhe Nos Meus Olhos”*, no capítulo intitulado Ficando Normal, John relata:

“[…] Olhando para minha infância, acho que a idade entre quatro e sete anos foi um período crítico para o meu desenvolvimento social. Foi quando eu chorava porque não conseguia fazer amigos. Nesses momentos, eu poderia ter me afastado para não me machucar mais, mas eu não fiz isso. Felizmente, tive bastante intercâmbio com adultos inteligentes, minha família e seus amigos da faculdade – para me manter interessado em fazer contato com as pessoas.

É fácil imaginar uma criança, que não tenha essa oportunidade, afastando-se totalmente das pessoas. E uma criança dessas dificilmente poderá interagir mais tarde.”

Por isso eu vejo o quanto Milena tem sido maravilhosa em não desistir. Por isso sou grata por poder contar com a ajuda de profissionais qualificados e dos meus familiares e amigos que a acolhem e auxiliam. Espero que ela consiga perceber o que deve ser dito ou feito e consiga ser aceita.

Um abraço virtual bem forte a todos que nos visitam e levem a minha gratidão por estarem aqui partilhando comigo esta incrível viagem ao Mundo da Mi.

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