Diálogo

Acho que é inerente ao gênero feminino ser ansiosa. Ou talvez eu busque nesta identificação com a maioria das mulheres uma justificativa para esta minha característica que eu particularmente acredito ser necessário superar. Neste sentido, Milena veio me ensinar muito. Como já disse aqui tantas vezes, seu ritmo de desenvolvimento tão diferente me ensinou um pouco a respeitar o tempo. Mas ainda tenho muito a aprender.

Uma das coisas que anseio é pelo diálogo com minha filha. Ele já existe e sei dar valor a esta conquista como ninguém, mas é uma forma diferente de dialogar. Vou tentar contar para vocês.

Nosso diálogo possível

Milena nos conta muito do que fez na escola, o que ela viu, o que fez, mas a seu modo e quando quer. Se pergunto “como foi na escola?”, provavelmente terei como resposta algo como: “gabéla veio” (ela se refere a sua acompanhante, como revezam Gabriela e Dayane, ela me conta que naquele dia quem esteve com ela foi a Gabi).

Se eu continuar perguntando ela pode me dar mais uma ou duas informações e mudar de assunto, provavelmente vai me pedir: “canta casinha?” E lá vou eu inventar versões para o “clássico” infantil, fui morar numa casinha…

Quando à noite estamos deitadas para fazer Milena dormir e ela está agitada eu tento a estratégia: “vamos conversar?” E de frente uma para a outra começo a fazer perguntas. Mas ela quase nunca as responde ou pelo menos não com as respostas que seriam de se esperar. Sabemos quase nada sobre como ela se sente, o que vive com os colegas. Ela vai soltando frases soltas em momentos diversos e vamos montando um quebra-cabeças incompleto.

A dedo-duro

Como o paradoxo sempre está presente, eu diria que ela é muito comunicativa. Dá notícia de tudo a seu modo, fofoqueira entende? Dedo-duro? 🙂

Basta que chegue em casa eu, o pai, a irmã que ela corre para contar: “mamãe, Tatá pegou sua ‘búsa‘, papai mamãe ‘didigiu‘ seu carro, mamãe papai deitou seu ‘lugá’”. E é por estas e outras que eu sei que a seu tempo, aquele diálogo, onde existe uma real troca de informações (que, convenhamos até entre adultos é difícil…) este diálogo pelo qual eu anseio, um dia acontecerá e me fará mais uma vez, a mãe mais feliz do mundo.

Um super beijo, obrigada pela visita e, creiam, o carinho que recebo aqui é muito importante pra mim. Deus Te ilumine cada vez mais.

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