Lendo “Olhe Nos Meus Olhos”, de Jonh Elder Robison

Fiquei uma semana sem postar por absoluta falta de tempo. Parece incrível como a minha rotina é exigente. Chego ao final de uma semana constatando com tristeza que não visitei minha avó, não liguei para minha tia no dia do seu aniversário e que o dia dos namorados foi só mais um dia que chegou ao final comigo exausta, pedindo a Deus que Milena dormisse logo para que eu pudesse terminar meu trabalho da pós-graduação.

Correria à parte, agradeço muito o carinho recebido pelas imagens de minha garotinha na festa das mães. Que todos vocês saibam que este carinho me alimenta a alma.

Contando a própria história

Estou lendo o livro “Olhe Nos Meus Olhos”, de Jonh Elder Robison, best-seller americano lançado recentemente no Brasil pela editora Larousse. O autor tem a síndrome de Asperger, que está no espectro do Autismo, e conta detalhes sobre sua vida. O que pensava e porque agia de forma diferente dos nossos padrões.

Ele demonstra uma lógica própria para perceber situações que justificam muito, a meu ver, o modo peculiar destas pessoas serem. Recomendo a leitura a todos que se interessam em ver um pouco o mundo sob uma ótica diferente ampliando assim sua capacidade de compreender o outro.

Será que Milena um dia poderá me explicar alguns de seus comportamentos?

Quero muito saber o que passa por sua cabecinha, por exemplo, quando ela está com sua “Tacha” (fantoche de pelúcia do desenho animado). Já contei aqui o período em que ela tinha medo do brinquedo. Hoje ela vive um misto de amor e medo. Fica com ela grande parte do dia, quer colocar o pé da Tacha preso na sua cintura, ou quer deitar no colo da Tacha. Me pede para colocar a mão nela e conversar, quando faço isso ela esconde o rosto, como se de repente o fantoche se tornasse real e ela não conseguisse lidar com a emoção.

Bolhas de sabão

Mi também tem uma reação diferente com bolinhas de sabão. Ela pede para que eu sopre as bolinhas e quando o faço ela tampa os ouvidos e fecha os olhos numa reação de medo, se digo que vou parar de fazer pois ela está com medo ela insiste para que eu continue.

Tem horror a espuma numa pia de banheiro. Por exemplo, não está querendo que eu dê banho nela pois fica com medo do sabonete. E isso são apenas dois dos inexplicáveis comportamentos de minha princesa. Tenho muita esperança de um dia poder entender minha filha, por enquanto meu investimento é em paciência, carinho e terapia. E que bom que está sendo suficiente.

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