Folha de papel amassado.

Milena e milenices

Como disse no post anterior, Milena sabe a agenda dela de memória, então todo dia ela tem alguma coisa para fazer e pergunta: “nenêna tem Jane, mamãe, hoje?”. Ela não pergunta se tem natação, ela pegunta pelo nome da professora ou do terapeuta. É um tal de “nenêna tem Liana”, “tem Ânja” e por aí vai…

Neste fim de semana ela me perguntou por todas e eu respondia que não, era domingo e que neste dia ninguém trabalhava. Mas que iríamos ver a vovó em Uberaba. Quando a irmã dela entrou na cozinha, com uma entonação de quem conta vantagem, ela contou: “Tatá, nenêna tem vovó, hoje”.

Negação frente à desordem

Milena não gosta que alguma coisa saia da ordem, então quando alguma coisa suja ou molha ela tem uma reação de negação. Ela olha e diz: “não xujô ou não molô”. Ou ainda: “não fez dodói”. Na mesma hora ela quer que limpe ou seque. Quando alguém se machuca ou está com dor ela pergunta: “mamãe tá dodói?”. Se a resposta for sim ela argumenta: “não tá dodói, já passalô”. No vocabulário Milenês as palavras passou e sarou se juntaram e formaram esta outra aí. Prático, né?

Outra coisa que ela nega é o anoitecer. É coisa recente ela fazer relação sobre o que acontece de noite e de dia. Então há pouco tempo atrás me veio com esta: “olha mamãe” – e apontava para fora. Como eu não entendia, ela explicou: “tá êcúlo”… Depois de enchê-la de beijos eu falei longamente sobre o dia e a noite. Atualmente quando vê que está escurecendo ela aponta pro céu e diz: “não tá êculo, não noite”.

“Pupúpa, tá bom?”

Outro dia chegou em casa e eu fui ler o relatório da acompanhante dela na escola e vi que ela tinha batido nas crianças. Fui até a cozinha onde ela estava sentada e disse: “então quer dizer que você bateu nos amigos da escola?”. “Não bateu”, ela respondeu. E eu comecei o sermão. Ela se levantou, foi até a sala, pegou a folha do relatório e amassou! Ela sabia que eu tinha tirado a informação dali. Alguns dias depois a acompanhante me ligou dizendo que ela estava impossível, batendo nos colegas e eu só ouvia a vozinha ao fundo dizendo: “pupúpa tá bom? Não bate mais, céto?”.

Esta é outra reação que eu acho linda, corujice pura. Quando apontamos algo que ela fez de errado, e em alguns momentos nem foi ela que fez, ela pede desculpas e diz que não vai fazer mais. O detalhe é que eu não me lembro de ter ensinado isso.

Bom, espero que vocês tenham gostado destas Milenices, como diria uma amiga de blog.

Para finalizar quero agradecer por receber um prêmio virtual que recebi da Denise Carceroni do blog Criando Crianças. Obrigada Denise, obrigada a todos. Fiquem com Deus a iluminar suas vidas.

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