Mãos de uma criança sendo seguradas pelas mãos de uma pessoa mais velha.

A arte de educar

Início de semana e cá estamos novamente falando sobre o curso intensivo: Torne-se um ser humano melhor, eduque uma criança com Autismo. Gente, cêis num sabe como é complicado 🙂

Paciência, tolerância, auto-controle, disciplina e, principalmente, vigilância para não fazer o contrário do que se diz.

Sempre que eu disser que minha filha tem me feito um ser humano melhor me levem totalmente a sério. Quanta contradição cometemos ao educar nossos filhos! Os não autistas viu? Pois estes, não nos deixam esquecer.

Como cobramos

Dizemos: “meu filho, não minta”. Mas mentimos quando o telefone toca e pedimos pra dizer que não estamos. E tantas outras situações rotineiras.

Dizemos: “não pode bater no amigo!” E num momento de extrema impaciência damos uma palmada. E seguimos comendo na cama, deixando aquela roupa no chão, mastigando um petisco antes do almoço… Demonstrando na prática que nós somos mal educados, imperfeitos mesmo e que cobramos dos filhos o ideal de perfeição que estamos longe de conseguir. Tudo bem em cobrar, faz parte do pacote: ser mãe (ou pai, ou responsável). O problema é como cobramos, não é mesmo?

Mas se você tem alguém que te olha profundamente em cada contradição e sem dizer nada imita sua atitude como um espelho, que parece não entender o que você diz, mas aprende através do que você faz. Aí ficamos muito mais atentos com nossas ordens e exigências.

Não adianta dizer: “filha, calma, não puxa, espera, meu amor” e, no momento seguinte, com pressa, eu não ter tempo para vê-la andar bem devagar. Ou olhar para alguém na rua e começar a “conversar”. Demorar para entrar no carro. Tenho que achar a paciência, me atrasar se preciso, ou no momento seguinte ela estará me puxando, gritando, demonstrando a mesma impaciência e intolerância que tive com ela momentos antes.

É um enorme desafio, que evidentemente diz respeito também à crianças neurotípicas (ditas “normais”). Tudo em uma criança com Autismo é comum a todas as crianças, o que as distinguem é o fato de que tudo nelas é demais, é intenso e explicitado pelo seu jeito de expressar diretamente o seu agrado ou desagrado.

É, moçada, vivendo e aprendendo… a cada minuto um pouco mais. Bom demais.

boasemana

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