o meu progresso como mãe de milena

O meu progresso como mãe

Ontem Milena me surpreendeu à noite com o pedido: “mamãe pepel, té”. Como eu não entendi, afinal era uma nova palavra sendo pronunciada, ela me pegou pela mão e mostrou a pilha de papel. Queria desenhar, não é demais?!

É muito interessante observar o meu progresso nestes últimos tempos. É isso mesmo: EU tenho progredido muito. Vocês acham que meus dois primeiros filhos tiveram suas conquistas tão valorizadas? Infelizmente não tive sensibilidade para dar o devido valor aos primeiros passos, às primeiras palavras. Não percebi quando as primeiras frases surgiram. Jamais poderia imaginar a importância de um simples apontar o dedo para uma criança.

Eles não vêm com o manual e nossa educação é falha no sentido de pelo menos nos mostrar a necessidade de leitura e estudo sobre desenvolvimento infantil. Eu achava que o modelo que eu tinha era suficiente. Apesar de não ter sido uma mãe ruim, fui negligente por ignorância e vejo com tristeza nas ruas e no meu convívio que eu não fui a única.

A aprendiz de um novo jeito de viver

Hoje tenho a certeza que tenho outra visão, mas muito a aprender. Presto atenção nos detalhes de crescimento da Milena e dos meus filhos que já são adolescentes. Pra falar a verdade, valorizo (ou pelo menos percebo) também minhas novas conquistas e de todos com quem eu convivo. Sei que é apenas o começo.

Esse novo jeito de ver a vida, essa sensibilidade para a necessidade do outro e o quanto é bonito ver que cada pessoa supera seus próprios limites, aprende e se modifica é surpreendente. Converso com alguém hoje e volto a abordar o mesmo assunto daqui a seis meses e vejo o quanto mudou. É claro que cada um tem o seu ritmo. Esse foi outro aprendizado que Milena trouxe à minha vida.

Quando eu aflita, começava uma nova terapia, ficava na expectativa que ela iria “desabrochar”. Quando ela progredia um pouco eu imaginava: agora vai. Mas aí ela regredia, ou estacionava, e eu tinha que lidar com uma enorme frustração. Até que o terapeuta da Milena me disse: “cada criança passa por tudo o que sua filha está passando, só que numa velocidade maior e, por isso, muitos detalhes passam despercebidos. Milena é uma fita em câmara lenta, você vê cada detalhe e por mais que você queira assistir na velocidade normal, não vai conseguir”.

Cada um tem seu ritmo

Eu tive que me adequar ao ritmo de minha filha e pude entender que cada um tem o seu ritmo próprio. O impulso é válido e necessário. O que não é justo é a exigência de que este impulso surta o efeito que exigimos ou esperamos.

Respeitando o tempo de cada um, enxergando e valorizando as conquistas individuais, a vida de uma maneira geral torna-se mais bonita. Você foge da ótica de que as coisas devem ser dinâmicas, velozes e fluir em um ritmo constante. Estamos atualmente relacionando lentidão à incompetência. A beleza é justamente perceber que o ritmo não precisa ser rápido sempre, nem lento sempre. Só precisa ter a velocidade suficiente para trazer crescimento, aprendizagem, bem-estar.

Uma semana cheia de aprendizados nos mais variados ritmos para todos nós.

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